A Industrialização |
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O Início da Industrialização
Com a expansão da cafeicultura na metade do século XIX tornou-se necessário obter um meio de transporte mais rápido e econômico que ligasse os centros produtores aos pontos de embarque para exportação.
Os cafeicultores do interior paulista, dispondo dos lucros obtidos com a venda do café, se organizaram na Companhia Paulista de Estrada de Ferro e ampliaram esta linha férrea até Campinas.
Em 30 de junho de 1876 realizou-se a abertura oficial da estrada de ferro em Limeira.
Neste período teve início a industrialização em Limeira, nas oficinas da Fazenda Ibicaba onde se fabricavam carroças, arados e outros instrumentos agrícolas, para uso próprio e para as demais fazendas da região. O próprio Senador Vergueiro idealizou e mandou construir nas oficinas um descascador de café.
Nos anos seguintes, em Limeira, passaram a existir 4 olarias, 4 máquinas de beneficiar café, 2 fábricas de carroças e troles, uma fábrica de macarrão e uma torrefação de café.
Após a Proclamação da República, a Constituição de 1891 estabelecia que os estados brasileiros poderiam decretar impostos sobre a exportação de mercadorias de sua própria produção. Desta forma, os lucros das exportações do café ficaram em São Paulo, tornando-o o estado mais rico do país.
Os cafeicultores passaram então a investir em outros setores, financiando novas plantações, emprestando capital aos fazendeiros, aumentaram o papel das casas de exportação que centralizavam toda a compra do café, surgindo os primeiros bancos brasileiros.
Em Limeira, a existência da ferrovia, a boa localização geográfica próxima à Capital, o acúmulo de dinheiro pelos cafeicultores, a mão-de-obra imigrante, a instalação do serviço telefônico em 1891 e de iluminação em 1901 propiciaram o desenvolvimento industrial.
A primeira grande indústria de nossa cidade foi a de chapéus , instalada por Agostinho Prada, no quintal de sua residência, em 1906. Mai tarde expandiu-se para local próprio, próximo à estação ferroviária. Esta indústria tornou-se a Cia Prada Indústria e Comércio.
No mesmo local, próximo à estação, em 1912, a firma Levy & Irmãos instalou sua Fábrica de Fósforos Radium, que posteriormente passou a fabricar pregos e caixaria.
A indústria de maior importância para Limeira foi a indústria mecânica Machina São Paulo, fundada em 1914 pelo Dr. Trajano de Barros Camargo, produzia máquinas para beneficiamento de café e outras máquinas para o setor cafeeiro. Entre 1916 e 1929 esta indústria tornou-se imensa com cerca de 2.000 operários, que recebiam assistência médica gratuita, seguro de vida e casa para morar. Muitos de seus operários especializados passaram a se estabelecer por conta própria, em fábricas pequenas nos fundos dos quintais e em barracões, que posteriormente se tornaram enormes estabelecimentos industriais.
Durante muito tempo, várias empresas se estabeleceram próximo à estação ou ao longo da ferrovia, como a Indústria de Máquinas D’Andrea e a Cia União de Refinadores de Açúcar, instalada em 1954 no local da antiga fábrica de fósforos. Um terminal férreo passava dentro das instalações dessa fábrica.
A Industrialização e Expansão Urbana
De 1920 a 1940 são instaladas em Limeira novas fábricas de maquinas de beneficiar cereais, de implementos agrícolas, de sandálias, chapéus e alimentícias como: Café Kuhl, ribeiro parada S/A, Machinas Zaccarias, Industria Lucato e Camilo Ferrari S/A. A instalação dessas industrias provocou mudanças na cidade havendo maior desenvolvimento próximo à estação ferroviária.
Na década de 40, a expansão da citricultora favoreceu a criação de industrias, que procuravam novas formas de aproveitamento da laranja, produzido suco, óleo, vinho de laranja, como: Citobrasil, Bebidas Caldas Ltda. Houve ainda expansão dos packing house.
Desenvolveram-se também industrias de papel e papelão, química, de moveis, de metalúrgica e de jóias. Destacou-se a Industria de Jóias da firma Lencioni & Cardoso, cuja mão-de-obra especializada deu origem a outras fabricas de jóias a partir de 1959, como: Irmãos Gullo, União Jóias,Jóias Piratininga e Brigatto Jóias.
Com o afastamento da Via Anhanguera até Campinas,por volta de 1953, o , transporte de matérias primas e dos produtos Limeirenses passou a ser feita pela rodovia, com maior rapidez, Ao longo da Via Anhanguera foram instaladas industrias como: a Freios, Varga S/A, a Organização Industrial Centenário , a Méritor do Brasil - Divisão LVS (antiga Fumagalli S/A a Invicta Máquinas para Madeira Ltda e a Citropectina.A rodovia Limeira-Piracicaba também atraiu a instalação de industrias. No mesmo período houve concentração de Industrias de papel e papelão na periferia da cidade, na proximidade do Ribeirão Tatu,como a Ripasa S/A Celulose e Papel.
A perda de terras roxas boas para a agricultura , com a emancipação de Cordeirópolis (1948) e de Iracemapolis (1953), condicionou ou e estimulou a economia para o desenvolvimento industrial. Uma nova expansão da citricultura permitiu a instalação de outras industrias de
Sucos e derivados de laranja, como. Frular, denominada depois Sucolanja e Avante, hoje Citrosuco.
Na década de 70, foram instaladas as industrias: Pappenmeier, Papirus, Pittler,Hebenstreit Soccich e Ajinomoto Internacional Ind.Com.Ltda.
As industrias mais recentes e as novas instalações das antigas industrias se localizaram nos bairros periféricos, surgindo loteamentos que levam ao crescimento da cidade.
Atualmente, Limeirapossui cerca de 1.000 industrias e diversidades de ramos: metalúrgica, mecânica, alimentícias , jóias, papel e papelão.
Porém, muitas das primeiras fabricas não existem mais, pois foram fechadas ou incorporadas por grandes grupos multinacionais.
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