O mosquito Aedes Albopictus, semelhante ao Aedes Aegypti e que foi capturado em armadilhas feitas pela Prefeitura de Limeira (SP), também pode transmitir o vírus da zika, além da dengue, chikungunya e febre amarela, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estudo feito pela instituição apontou que as espécies também apresentam o vírus ativo na saliva.
A pesquisa feita pela Fiocruz do Rio de Janeiro, em parceria com instituições internacionais, expôs as duas espécies de mosquito ao vírus da zika durante 14 dias e observou que10% dos Aedes Aegypti e 3,3% dos Aedes Albopictus apresentaram o vírus na saliva. Em 2014, um estudo liderado pelos mesmos pesquisadores apontou que 80% dos Aedes Aegypti e 95% dos Aedes Albopictus têm potencial para transmitir o vírus chikungunya apenas sete dias após ingerir o sangue infectado. Controvérsia Apesar dos indícios, a Fiocruz informou que, até o momento, as fêmeas desse vetor menos conhecido popularmente nunca foram encontradas naturalmente infectadas com qualquer um dos três vírus - dengue, chikungunya e febre amarela - no país.
Ainda segundo a instituição, o Aedes Aegypti tem os criadores dentro das casas e se alimenta preferencialmente de sangue humano, já o Aedes Albopictus prefere áreas próximas de vegetações, portanto, as chances de picar alguém doente e transmitir o vírus acabam se tornando bem menores. O mosquito Aedes albopictus é considerado vetor secundário da dengue e apresenta semelhanças morfológicas com o Aedes Aegypti. Ele foi capturado pela primeira vez no Brasil por volta da 1985, e foi responsável por alguns surtos da doença em países do continente asiático. A espécie se prolifera mais facilmente em áreas com vegetação. O que diz a Prefeitura
A Prefeitura de Limeira informou ao G1 na tarde desta terça-feira (15), que identificou larvas do Aedes albopictus nos mesmos criadouros do Aedes aegypti, próximos à zona rural. Em janeiro, Executivo instalou armadilhas contra os mosquitos no próprio prédio, no Parque da Cidade, em prédios da área central e no Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom).
Segundo a administração municipal, o projeto consiste em uma caixa preta com um reservatório de água, onde é colocado um larvicida para matar o mosquito. O método foi implantado em conjunto com o Centro de Ressocialização (CR).
O Executivo ainda informou que, embora tenham sido encontrados mosquitos Aedes albopictusem Limeira, a espécie é registrada no município há mais de 15 anos, bem como em outras cidades. "Geralmente estão associados com recipientes encontrados na área periurbana (bairros próximos à região rural)", informou o poder público.
"No que se refere ao controle do vetor, as atividades desenvolvidas são as mesmas utilizadas no controle do Aedes aegypti, isto é, visitas casa a casa, bloqueios de transmissão e ações educativas. Isto ocorre concomitantemente ao trabalho desenvolvido com o Aedes aegypti", disse. Piracicaba No bairro Cecap/Eldorado, em Piracicaba (SP), região onde é realizado o projeto "Aedes do bem", que consiste em soltar mosquitos transgênicos para combates o Aedes aegypti, não foram encontrados, até o momento, nenhum inseto adulto da espécie albopictus nas armadilhas, segundo a Prefeitura.
"A espécie em questão foi coletada apenas na fase de ovo e sua identificação foi feita na fase de larva. Os dados são insuficientes para constatar se há ou não ocupação do nicho ecológico. Como em todo o país, mas ele é periurbano, com hábito predominantemente silvestre, vivendo mais em propriedades rurais, fundos de quintais e terrenos baldios", diz o texto da nota. |