A falta de oito medicamentos no Ambulatório de Saúde Mental de Limeira (SP) tem prejudicado os pacientes. Nesta segunda-feira (12), um cartaz fixado na parede da unidade, que tinha longa fila, apontava quais remédios não seriam distribuídos. A prefeitura afirma que o problema ocorre por atraso dos laboratórios e que dois dos itens já foram repostos.
Os remédios são distribuídos aos moradores pela rede de saúde do município, que os recebe dos laboratórios. Dentre as ausências estão medicamentos que tratam depressão e ansiedade.
A contadora Edilaine Herhert foi uma das pacientes que voltou para casa de mãos vazias nesta segunda. "Disseram que estava em falta no momento que é para retornar mais pra frente, no caso".
Já a aposentada Rossana Simões conta que tem Síndrome do Pânico há 12 anos e que ficar sem o medicamento controlado pode desestabilizar o emocional, o que leva a ocorrência de surtos. "Quem faz uso desse remédio inclusive nem pode ficar dois dias sem".
Ela conta o que a falta do remédio ocasiona. "Ataca a cabeça, você começa a perder os sentidos e tem o pânico novamente", detalha.
Na falta do medicamento na saúde pública, a única opção dos moradores é a compra em farmácias particulares. O preço, no entanto, deixa os remédios fora do alcance da maioria dos usuários.
"O operário, aquele que trabalha a vida inteira, não ganha o suficiente [para comprar o remédio]", diz o aposentado José Guarda.
Tratamento perdido
A psicóloga Raquel Cabral explica que ficar sem o remédio controlado pode comprometer o andamento dos tratamentos. "Com a interrupção do uso da química, da medicação, todos os sintomas podem retornar. A pessoa desestabiliza novamente e todo o percurso do tratamento pode ser perdido".
A Prefeitura
Por nota, a prefeitura afirma que realizou o pedido de compra dos medicamentos que estão em falta. "A pasta está conversando com todos os fornecedores de medicamentos para que o estoque seja o mais rapidamente regularizado", informou.
"A situação, porém, ocorreu em viturde ainda do recesso do final de ano, quando muitos laboratórios paralisam suas atividades. Isso acaba resultando em atrasos no fornecimento". Segundo a prefeitura, são investidos R$ 300 mil por mês em remédios para a saúde mental.
Quando chega?
A Secretaria de Saúde de Limeira enviou uma lista dos remédios que faltam e qual a previsão de chegada.
· Alprazolam 1 mg - 1,2 mil pacientes por mês (Custo médio de caixa com 30 comprimidos: R$ 2,88) - Pedido está com o fornecedor e a previsão é regularizar esta semana.
· Bromazepam 3 mg - 395 pacientes por mês (Custo médio de caixa com 30 comprimidos: R$ 6,57) - Pedido está com fornecedor e a previsão é regularizar em, no máximo, 10 dias.
· Clonazepam gotas - 190 pacientes por mês (Custo médio por frasco: R$ 1,49) - Pedido está com o fornecedor e a previsão é regularizar esta semana.
· Metilfenidato (Ritalina) 10 mg - 30 paciente por mês (Custo médio de caixa com 30 comprimido: R$ 27,30) - Está em processo de compra.
· Venlafaxina 75 mg - 1 mil pacientes por mês (Custo médio de caixa com 30 comprimidos: R$ 19,20) - Previsão é regularizar esta semana.
· Levopoda 200 mg e Bensezarida 50 mg - 150 pacientes por mês (Custo médio de caixa com 30 comprimidos: R$ 27,60) - Chegou.
Carbamazepina 200 MG - Disponível para retirada |