Limeira (SP) foi a cidade da região que mais apreendeu em flagrante menores infratores em 2016. Esse índice vem crescendo desde 2012, quando foram 303 apreensões contra 554 no ano passado.
O número é superior a de cidades maiores como Campinas (SP), com 467 e Piracicaba (SP), com 120 apreensões. Para o delegado seccional da Limeira, Antônio Luís Tuckumantel, os números são preocupantes.
“A polícia mostra que está sendo atuante, mas pelo lado social isso é um dado positivo, já que a gente vê adolescentes praticando atos infracionais. Então, isso tem que ser visto. Será que são os pais que não estão acompanhando de perto a situação desses filhos ou será que as medidas socicoeduacativas que estão sendo tomadas não são eficentes”.
Na unidade da Fundação Casa em Limeira, mais de 70% dos internos tiveram envolvimento com tráfico. “Não quero mais isso daí pra mim. Eu quero dar a volta por cima”, diz um menor da instituição.
Outro problema da criminalidade entre os menores são os altos índices de reicidência. Alguns deles saem da Fundação Casa e retornam meses depois. É o caso de um adolescente que cumpre pena no local pela quarta vez .
Segundo ele, nas outras três internações não recebeu nenhum ajuda. “O governo não dá um auxilioa para nós lá fora”, reclama.
Para o diretor da unidade da Fundação Casa em Limeira, André Amaral Maia o trabalho socioeducativa se perde quando o jovem volta a viver a realidade fora da instituição.
“Infelizmente, nosso trabalho aqui é como se fosse enxugar gelo, porque a gente faz um trabalho e ele sai daqui diferente, mas ele volta pras lacunas que existem lá fora e acaba retornando e cometendo novas infrações”.
Justificativas A Prefeitura de Limeira diz que os números são reflexos do cenário nacional e que mantém programas sociais voltados para jovens, que tem com objetivo evitar que eles entrem no tráfico.
Já o governo do estado afirma que tem uma verba específica para os municípios desenvolverem programas sociais e que no caso de Limeira são repassados todos os anos mais de R$ 580 mil.
Sobre a falta de apoio quando os jovens deixam a Fundação Caso, o governo diz que os adolescentes são acompanhados pelo Centro de Assistência Social quando deixa a instituição.
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