A Justiça Eleitoral analisa uma denúncia sobre suposto abuso de poder religioso na eleição municipal deste ano em Limeira (SP). O Ministério Público entrou com pedido de ação contra o vereador eleito na cidade Anderson Pereira (PSDB) após receber duas representações contra ele. Segundo a denúncia, por diversas vezes, foram pedidos votos para o político no altar de uma igreja evangélica da cidade.
O MP recebeu vídeos dos cultos em que a situação acontece. O G1 entrou em contato por telefone com Pereira, e ele negou que tenham ocorrido irregularidades em sua campanha. O vereador eleito teve 2.244 votos em outubro deste ano.
Após analisar as representações, feitas por um morador e por outro candidato a vereador, o Ministério Público entrou com o pedido de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), que foi aceito pela Justiça.
De acordo com o chefe do cartório da 66ª zona, Rafael Falcão Costa Carvalho, o juiz Marcelo Vieira já notificou o Pereira sobre o processo e o vereador eleito tem até segunda-feira (12) para apresentar uma primeira defesa.
O texto da representação feita pelo morador Sebastião Augusto Alexandre afirma que pastores pediram votos para Pereira nos cultos durante o período de campanha, "deixando claro que a igreja teria um candidato oficial e que todos deveriam seguir o que havia sido decidido na prévia (realizada entre fiéis que pretendiam concorrer a uma vaga na Câmara)".
'Não há pedido de voto'
Por telefone, o vereador eleito afirmou estar tranquilo em relação ao processo e que vai comprovar ao juiz que não houve irregularidade. Sobre os vídeos dos cultos encaminhados ao MP, Pereira afirmou: "Não há pedido de voto. Eu nasci na igreja e, naturalmente, minha campanha foi feita no meu ambiente, que é a igreja. Fui apresentado pelo pastor e foi feita uma oração para mim, como aconteceu com outros candidatos".
O político disse ainda que a denúncia é uma manobre de outros candidatos que perderam a eleição e tentam prejudicá-lo. "Isso é da política. Estou tranquilo e vou demonstrar à Justiça que não houve problema nenhum. Vou apresentar testemunhas que comprovam minha defesa", afirmou Pereira.
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