O vereador de Limeira (SP), André Henrique da Silva, o Tigrão (PMDB), protocolou carta de renúncia ao mandato minutos antes da reunião da Comissão de Ética Parlamentar que julga se ele cometeu infração política-administrativa e improbidade. No relatório final, o grupo pede a cassação do membro do Legislativo. Segundo a denúncia,Tigrão contratou um artista plástico como assessor para prestar serviços pessoais. Na carta de renúncia, Tigrão afirmou que tem a consciência tranquila e que nunca obteve "vantagem ilícita durante o mandato de vereador". Em sua defesa, o parlamentar afirmou que Alex Sandro de Souza Prata trabalhou voluntariamente na construção de carros personalizados para fins particulares. De acordo com o Legislativo, a renúncia não altera os trabalhos da Comissão de Ética e da sessão de julgamento, assegura a Secretaria de Negócios Jurídicos da Câmara. O relatório final da Comissão de Ética apontou que Tigrão cometeu infração política-administrativa e improbidade administrativa, além de prática incompatível com o decoro parlamentar. De acordo com o documento, Tigrão praticou conduta incompatível com o decoro parlamentar. O texto do relator da Comissão, vereador Wilson Cerqueira (PT), recomenda a perda do mandato parlamentar.
A prova cabal do processo, segundo o relator, é a entrevista concedida pelo vereador afastado à emissora de televisão local em que ele afirma que a transformação dos carros aconteceu em 2013, durante seu mandato parlamentar. O vídeo contraria a defesa de Tigrão junto à Corregedoria e à Comissão de Ética, em que ele afirmava que os veículos foram reformados durante o período eleitoral de 2012. De acordo com o relatório, a prova "constituiu-se como fato novo, tornando robusta a denúncia e os fatos apontados no inquérito-administrativo". Ainda de acordo com o relator, o documento final será enviado ao Ministério Público para investigar possíveis crimes, tanto do vereador denunciado como do denunciante, o artista plástico Alex Sandro de Souza Prata.Além do relator Wilson Cerqueira (PT), a Comissão de Ética é composta pelos parlamentares presidente Toninho Franco (PR), presidente, e José Couto de Jesus (PCdoB), membro.
O conteúdo do relatório será analisado por todos vereadores em sessão extraordinária de julgamento no dia 7 de novembro, às 14h, que poderá decidir pela absolvição ou cassação do parlamentar.
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